O Brasil possui uma grande diversidade de abelhas nativas sem ferrão, tendo destaque a tribo Meliponini. Neste grupo, pode-se citar a espécie Melipona fasciculata, também conhecida como tiúba ou uruçu-cinzenta, presente, principalmente, no Nordeste da região amazônica, sobretudo nos estados do Maranhão, Piauí, Tocantins e Pará.
É responsável pela polinização de muitas famílias vegetais, como Aracaceae, Myrtaceae, Melastomataceae e Solanaceae, contribuindo assim para a manutenção e regeneração da biodiversidade natural em regiões amazônica e de Cerrado. O mel, geoprópolis, cera e pólen produzidos por esta espécie apresentam propriedades antioxidantes, antibacterianas e antifúngicas, com elevado potencial alimentar e farmacêutico.
É a abelha social mais comum. Sua ocorrência na Baixada maranhense é mais expressiva, fazendo com que a meliponicultura nessa área ganhe destaque em relação a outras localidades produtoras de meliponíneos no Brasil. A exploração de seus produtos como mel, cera e geoprópolis faz com que se torne a base econômica e ecológica de várias populações rurais e indígenas.
Apesar de sua importância econômica e ambiental, o uso crescente de pesticidas (neunicotinóides) e a destruição da vegetação nativa por queimadas e/ou desmatamento têm contribuído para redução em até 10% das abelhas nativas em todo o mundo. Dessa forma, torna-se essencial o monitoramento das populações de abelhas nativas e projetos que favoreçam sua recuperação para o estabelecimento do equilíbrio do ecossistema.
Foto: Giorgio Venturieri.
Fontes: ABREU, B. V. De B. Bioprospecção de pólen de Melipona fasciculata Smith, 2016/ EMBRAPA/ FERNANDES, R. T. et al. Características de qualidade do mel de abelha Tiúba (Melipona fasciculata Smith, 1854, Hymenoptera, Apidae), como contribuição para sua regulamentação, 2017.
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