Considerados um dos animais mais bizarros dos oceanos, as mixinas/Myxini/peixes-bruxa/enguias de casulo ou, simplesmente, feiticeiras são peixes agnatos (juntamente com as lampreias), primitivos, sem coluna vertebral, sem escamas e com mandíbulas incompletas. Habitantes de águas profundas dos oceanos Atlântico e Pacífico, alimentam-se de restos orgânicos, como as carcaças de baleias, e podem morar dentro de outros animais já mortos.
Seu corpo pode variar do tamanho de 0,50 a 1 metro e apresenta adaptações que facilitam suas estratégias de caça e defesa. Seus corações extras aumentam o fluxo sanguíneo, preenchendo a cavidade entre a pele e o corpo, dando maior "firmeza" para o nado. A ausência de escamas faz com que absorvam nutrientes pela pele. Também são capazes de formar nós sobre si. Alguns cientistas hipotetizam que a falta de coluna auxilia neste processo, fazendo com que o nó funcione como uma mandíbula inferior que prende a presa e, logo em seguida, ela é mordida.
Mas a maior característica dos peixes-bruxa é ser o animal mais pegajoso do mundo, com a produção de uma espécie de muco capaz de afetar até os próprios peixes-bruxa. Este muco é formado por filamentos viscoelásticos compostos por microfibras que formam um gel semissólido. Produzido por glândulas na pele e utilizado na defesa contra predadores e para caça. Em situações de tensão ou caça, o muco é liberado como uma névoa semelhante a teias de aranha, colando nas guelras dos predadores ou protegendo seu alimento de possíveis competidores. Ao formar os nós, os peixes-bruxa também conseguem se proteger do muco e fugir nestes momentos, apontam outros cientistas.
Apesar do pouco conhecimento e várias hipóteses a respeito de suas habilidades, estudos recentes verificaram o uso do muco na formação de tecidos de uso esportivo que podem substituir materiais sintéticos. Mesmo com a tecnologia avançando, ainda há inúmeras dificuldades na manutenção destes animais em cativeiro para dar prosseguimento a estas pesquisas.
Fontes: Natureza Radical/ National Geographic/ BBC News Brasil.
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